Selton
Mello é de longe um dos atores brasileiros mais brilhantes de sua
geração, (se não for O mais brilhante!) e mostra ser também um grande
diretor e roteirista, pois, quem duvidar disso, indico que assista “O
Palhaço”. Este filme, lançado em Outubro de 2011, foi o escolhido pela
Secretaria de Audiovisual, ligado ao Ministério da Cultura, para
concorrer à indicação ao Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira de 2013.
Na história, que poderia se perder no velho clichê do palhaço triste,
somos apresentados a um personagem, vivido brilhantemente por Selton
Mello (Benjamin / Palhaço Pangaré) que entra em uma espécie de crise
existencial, pois o mesmo é responsável direto pela administração do
pequeno Circo Esperança e ainda tem que atuar, e cuidar de sua trupe, e
já não vê mais sentido naquilo que está fazendo. Nós somos mergulhados
nessa jornada de autoconhecimento em que Benjamin entrará, e tudo no
ponto de vista da pequena Guilhermina (Larissa Manoela), uma menina de
10 anos, filha de um casal de artistas do Circo. Mas quem rouba a
cena mesmo é o ator Paulo José, ele está perfeito. Paulo faz o
personagem Valdemar / Palhaço Puro Sangue, pai de Benjamim e dono do
Circo. Paulo José dá uma aula de interpretação, sem exageros, perfeito
do tom da voz até aos pequenos gestos. A trupe é composta por
palhaços, contorcionistas, músicos, etc; que se dividem, durante o
Espetáculo, em funções variadas como cuidar da bilheteria, iluminação,
maquiagem e vender maçã do amor!!! Essa interação entre os personagens
no antes e durante ao espetáculo é perfeita, e mesmo sendo um Circo de
poucos recursos, todos os artistas sempre estão felizes. Benjamim e
sua trupe cortam o interior do país, passando por pequenas cidades e
cruzam com as mais diferentes figuras que possam imaginar, como os
irmãos gêmeos mecânicos vivido pelo ótimo Tonico Pereira ao Delegado
Justo vivido de forma magistral pelo Cantor/Humorista/Ator Moacyr Franco
(prestem atenção na bandeirinha que está sobre a mesa do delegado!!!) .
As pequenas participações de Fabíola Karla, Jorge Loredo, Jackson
Antunes e Emilio Orciollo Netto só aumentam o brilho do filme. “ O
Palhaço “ te faz rir, te faz chorar e te insere num mundo rico de
pura arte, é atemporal, é lúdico, é cinema como deve ser.
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