terça-feira, 20 de agosto de 2013

O Eixo do Mal


Sempre que ouço o termo “Eixo do Mal” ser dito durante uma conversa sobre futebol brasileiro, logo imagino o exército de Darth Vader invadindo o estado do Paraná com sua nave “Estrela da Morte” (no formato do logotipo da Rede Globo) e destruindo o estádio do Pinheirão e formando ali mesmo o seu novo "cartel general" para dar continuidade ao seu plano terrível de destruir o Futebol Paranaense..... e dominar o mundo.
O texto acima soa infantil, bobo e até mesmo exagerado, mas é realmente o que eu acho sobre esse assunto.
Parto pelo princípio que se você gosta de futebol (mas poderia ser vôlei, basquete, fut. americano, hóquei no gelo, basebol, etc) e torce por um time, mas tem certeza que vitórias e derrotas são arranjadas por árbitros com interesses escusos e da “grande mídia”......você está fazendo isso errado. Não há lógica em ir para o estádio, comprar camisa, perder tempo e saúde (física e psicológica) em algo que você não acredita.
O que difere o Futebol de todos os outros esportes é a capacidade única que o Futebol tem que é de nos surpreender. Tanto para o bem quanto para o mal. E o erro dos juízes fica mais evidente nesses casos, pois não há meio termo. É certo ou errado. Sim ou não? Dentro ou fora da área? Impedido? Se jogou ou foi derrubado? Mão na bola ou bola na mão? Era pra cartão? Só 3 de acréscimos? E se fosse contra o Corinthians? Contra o Flamengo? “Tinha que ser do Eixo.......”
É raso imaginar que há um grande complô contra o Futebol Paranaense. E estou dando o exemplo do Paraná, pois moro nesse estado desde os meus 2 anos de idade e estou em Curitiba desde 1998. Nunca imaginei existir tamanho complexo de perseguição quanto os torcedores de Coritiba, Atlético Paranaense e Paraná Clube tem em relação a Globo, CBF, Juízes de Futebol e a imprensa em geral (que não é daqui de Curitiba).
Tenho grandes “senões” contra a Globo que tem muito poder, a CBF que está cada vez mais na lama, aos árbitros mau preparados e amadores, a imprensa esportiva cada vez menos esportiva e cada vez mais parecida com revista de fofoca. Mas dizer que há um “EIXO DO MAL” (repitam “eixo do mal” três vezes seguida e em voz alta, no mínimo é bizarro....rsrs) e que os times do Rio de Janeiro e São Paulo são, na maiorias das vezes, beneficiados por decisões erradas de juízes é de uma pretensão sem tamanho.

Erros acontecem a todo o momento, em todos os lugares, desde o escritório até no campo de futebol, e gente escrota, mal intencionada e desonesta também pode estar no escritório ou podem estar com uma roupa de cor diferente dentro de um campo de futebol e com um apito na boca. Pessoas honestas e desonestas existem em todos os lugares, e achar que só por que a pessoa nasceu do outro lado do rio Paranapanema ou por que ela fala “chiado” e gosta de funk é indício de pertencer a um “EIXO DO MAL” que quer impedir que o Futebol Paranaense cresça e se torne uma verdadeira potência é tão pequeno e preconceituoso que me faz acreditar que o Brasil nunca se tornará um país realmente evoluído. Enquanto as pessoas continuarem a achar que o lugar onde nasceram ou vivem é mais importante que sua própria índole, ainda teremos gente que classificará empresas, cidadãos, estados, cidades, culturas, etc....como “Eixos do Mal” por simplesmente não ser do “Eixo do Bem” que é esse lugar lindo onde tudo é perfeito e todos são honestos, e trabalhadores, cultos, e pessoas de família e ...................................................pois é ............... não é o “Eixo” que é do mal, é o MAL que está no EIXO das pessoas. 

Marcio Alexander Luciano

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Crítica: Círculo de Fogo



Nos bons e áureos anos 80 os países Latino-Americanos foram bombardeados por desenhos animados e séries japonesas. Gigante Guerreiro Daileon, Gogofives, Comando Estelar Flashmans, Changemans, Jiraya, Black Kamen Riders, Jaspion e para as gerações mais novas, já nos anos 90, o seriado americano Power Rangers. Um mundo cheio de ação, melodrama, efeitos especiais duvidosos, monstros de borracha, ninjas com roupas coloridas e robôs gigantes com suas espadas colossais e prédios destruídos como se fossem de papelão (na verdade, realmente eram de papelão), esse mundo era fantástico e divertido. E diversão é o que “Círculo de Fogo” mais tem a nos oferecer.
Dirigido pelo genial mexicano Guillermo Del Toro (Blade II, HellBoy I e II, O Labirinto do Fauno) que também foi influenciado pelos filmes e seriados japoneses dos anos 60 e 70 de Kaijus (monstros gigantes estilo Godzilla), juntou todas essas referências citadas e montou o filme mais divertido e empolgante dessa temporada de Blockbusters americano.
Del Toro escreveu, dirigiu e produziu “Círculo de Fogo” e isso mostra o carinho e a importância dada por ele para esse projeto, seu estilo e sua forma de fazer filme estão impressa em cada cena que vai dos equipamentos já gastos e enferrujados pelo tempo de uso, até a sua capacidade quase ilimitada de criar monstros cada vez mais originais, vide ”Hellboy” e “O Labirinto do Fauno”.
A história se passa em um futuro próximo, 10 anos após o primeiro incidente, onde todos os países foram obrigados a se unirem para enfrentar monstros alienígenas gigantescos (com mais de 30 metros) que de tempos em tempos surgem de uma fenda no fundo do Oceano Pacífico, mais precisamente, no Círculo de Fogo do Pacífico. Os humanos chegam à conclusão que a única forma de combater e destruir esses monstros são com “monstros” de aço, robôs gigantes, mas para pilotar esses robôs é necessário pelo menos dois pilotos e eles precisam ter uma espécie de “elo psíquico” para conseguirem controlar e desferirem os golpes dos robôs.

Contando com um bom elenco, o filme trás um hilário Ron Perlman (Hellboy e a série Sons Of Anarchy) que faz o papel de um contrabandista de órgãos e partes dos monstros abatidos e também com Idris Elba (Thor, Prometheus, O Gangster) que faz um general linha dura e que comanda toda a “frota” de robôs. Mas quem rouba a cena é o ótimo ator Charlie Hunnam mais conhecido como Jax Teller da ótima série Sons of Anarchy. Charlie tem sua primeira chance como protagonista de um grande filme e não faz feio. Seu personagem traz uma boa carga dramática e Charlie não perde a mão.
Tecnicamente o filme é perfeito, pois tudo que o Transformers de Michel Bay era pra ser, “Círculo de Fogo” é. Por mais que você esteja vendo um monstro de 30 metros lutando com um “Megazord” nas ruas de Hong Kong, você consegue crer que aquilo tudo, dentro desse universo fantástico, é real. Dos efeitos visuais a direção de arte, tudo é muito bem elaborado.
Com um roteiro que não é brilhante, mas que não deixa grandes pontas e é eficiente por mostrar esse mundo fantástico de forma coesa e com uma montagem que não deixa o filme perder o fôlego (do início ao fim a mil por hora!!!), “Círculo de Fogo” é a mais bela homenagem que as séries e filmes japoneses de monstros e robôs gigantes poderia ter.

Nota 9,75


Marcio Alexander Luciano