segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Crítica: Círculo de Fogo



Nos bons e áureos anos 80 os países Latino-Americanos foram bombardeados por desenhos animados e séries japonesas. Gigante Guerreiro Daileon, Gogofives, Comando Estelar Flashmans, Changemans, Jiraya, Black Kamen Riders, Jaspion e para as gerações mais novas, já nos anos 90, o seriado americano Power Rangers. Um mundo cheio de ação, melodrama, efeitos especiais duvidosos, monstros de borracha, ninjas com roupas coloridas e robôs gigantes com suas espadas colossais e prédios destruídos como se fossem de papelão (na verdade, realmente eram de papelão), esse mundo era fantástico e divertido. E diversão é o que “Círculo de Fogo” mais tem a nos oferecer.
Dirigido pelo genial mexicano Guillermo Del Toro (Blade II, HellBoy I e II, O Labirinto do Fauno) que também foi influenciado pelos filmes e seriados japoneses dos anos 60 e 70 de Kaijus (monstros gigantes estilo Godzilla), juntou todas essas referências citadas e montou o filme mais divertido e empolgante dessa temporada de Blockbusters americano.
Del Toro escreveu, dirigiu e produziu “Círculo de Fogo” e isso mostra o carinho e a importância dada por ele para esse projeto, seu estilo e sua forma de fazer filme estão impressa em cada cena que vai dos equipamentos já gastos e enferrujados pelo tempo de uso, até a sua capacidade quase ilimitada de criar monstros cada vez mais originais, vide ”Hellboy” e “O Labirinto do Fauno”.
A história se passa em um futuro próximo, 10 anos após o primeiro incidente, onde todos os países foram obrigados a se unirem para enfrentar monstros alienígenas gigantescos (com mais de 30 metros) que de tempos em tempos surgem de uma fenda no fundo do Oceano Pacífico, mais precisamente, no Círculo de Fogo do Pacífico. Os humanos chegam à conclusão que a única forma de combater e destruir esses monstros são com “monstros” de aço, robôs gigantes, mas para pilotar esses robôs é necessário pelo menos dois pilotos e eles precisam ter uma espécie de “elo psíquico” para conseguirem controlar e desferirem os golpes dos robôs.

Contando com um bom elenco, o filme trás um hilário Ron Perlman (Hellboy e a série Sons Of Anarchy) que faz o papel de um contrabandista de órgãos e partes dos monstros abatidos e também com Idris Elba (Thor, Prometheus, O Gangster) que faz um general linha dura e que comanda toda a “frota” de robôs. Mas quem rouba a cena é o ótimo ator Charlie Hunnam mais conhecido como Jax Teller da ótima série Sons of Anarchy. Charlie tem sua primeira chance como protagonista de um grande filme e não faz feio. Seu personagem traz uma boa carga dramática e Charlie não perde a mão.
Tecnicamente o filme é perfeito, pois tudo que o Transformers de Michel Bay era pra ser, “Círculo de Fogo” é. Por mais que você esteja vendo um monstro de 30 metros lutando com um “Megazord” nas ruas de Hong Kong, você consegue crer que aquilo tudo, dentro desse universo fantástico, é real. Dos efeitos visuais a direção de arte, tudo é muito bem elaborado.
Com um roteiro que não é brilhante, mas que não deixa grandes pontas e é eficiente por mostrar esse mundo fantástico de forma coesa e com uma montagem que não deixa o filme perder o fôlego (do início ao fim a mil por hora!!!), “Círculo de Fogo” é a mais bela homenagem que as séries e filmes japoneses de monstros e robôs gigantes poderia ter.

Nota 9,75


Marcio Alexander Luciano 

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