quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Crítica: O Lado Bom da Vida



“Não há mal que sempre dure e nem bem que nunca acabe”.  Essa frase por mais óbvia que seja é perfeita e de certa forma sintetiza o belo filme “O Lado Bom da Vida” do diretor David Russell (O Vencedor), um drama/comédia que conta a história de Pat Solitano, interpretado por Bradley Cooper (Se Beber não Case, Sem Limites) que sofre de transtorno bipolar e após 8 meses de tratamento volta para a casa de seus pais.
Neste filme, Bradley Cooper prova que é sim um grande ator e este papel lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator, algo inimaginável tendo em vista seus filmes anteriores.
Mas quem realmente toma conta do filme é a bela atriz Jeniffer Lawrence (22 anos) que faz o papel da jovem viúva Tiffany Maxwell que também está tentando se recuperar psicologicamente após perder seu marido em um acidente, Tiffany sofre uma forte depressão e fica viciada em sexo e é demitida de seu emprego. Com este papel, Jeniffer Lawrence ganhou o Oscar de Melhor Atriz desse ano.  
As histórias dos dois se cruzam quando Pat vai a um jantar na casa de um de seus melhores amigos, nesse jantar ele conhece Tiffany cunhada de seu amigo Ronnie, e a partir daí os dois começam uma forte e estranha amizade. Tiffany está desempregada e a base de remédios para controlar sua depressão e Pat tenta se reaproximar de sua ex-mulher Nikki, mas também está a base de remédios para controlar a bipolaridade. 
Robert de Niro (indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por esse filme) faz o papel de Pat Sr, pai de Pat Solitano. Seu personagem é um torcedor fanático do Eagles (time de futebol americano da Philadelphia) e que está proibido de entrar no estádio e ver os jogos por causa de brigas entre torcedores. Pat Sr é o mais fanático e supersticioso torcedor do Eagles (que causaria inveja a qualquer Botafoguense!) e tenta de toda forma manter a família unida em torno de seu time.
Apostas absurdas, doenças psicológicas, jogos de futebol americano e um campeonato de dança de salão, tudo isso se cruza e transforma “O Lado Bom da Vida” em um filme muito bem dirigido por David O. Russel (O Vencedor) que com um elenco estelar e afiado, um roteiro que peca somente em seus minutos finais por uso excessivo de clichês, mas com uma ótima montagem e uma bela trilha sonora o transforma em um dos melhores filmes de 2013. 

Nota 9.50

Marcio Alexander Luciano

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Crítica: Hooligans




O torcedor fanático de futebol (como qualquer fanático, político ou religioso) é capaz de cometer as maiores loucuras ou atrocidades por um “amor” completamente desequilibrado e irracional. E um filme que mostra um pouco desse fanatismo no futebol é “Hooligans” da Diretora Lexi Alexander (O Justiceiro – Zona de Guerra). Lançado em 2005, “Hooligans” conta a história de Matt Buckner interpretado por Elijah Wood (O Frodo de Senhor dos Anéis). Matt é um jovem estudante americano de Harvard, que por causa de um desentendimento é expulso de sua Universidade e então parte para Londres, buscando abrigo na casa de sua irmã. Em Londres, Matt conhece Pete, irmão de seu cunhado Steve, que o leva a um estádio para assistir um jogo de futebol e assim nasce um fanático e apaixonado torcedor do West Ham United, um dos quatro principais e mais populares times de Londres. A partir daí, Matt se envolve com a violenta e perigosa vida dos Hoolingans.
Com um roteiro coeso e utilizando de forma precisa as imagens de jogos reais do West Ham o filme se mantém firme e honesto até ao seu clímax. Com uma atuação correta de Elijah Wood e uma boa direção “Hooligans” é o filme que, até hoje, melhor retratou esses “torcedores”.
É um filme que precisa ser visto por todos que gostam de futebol e que de certa forma me ajudou a entender como o limite entre a paixão por um clube e o pior do fanatismo é tênue. Tragédias envolvendo esse tipo de “torcedores” na Europa fizeram com que times e confederações sofressem punições severas, como a ocorrida em 1985 quando 38 pessoas morreram durante o confronto entre “torcedores” de Liverpool (Inglaterra) e Juventus (Itália) antes da final da Liga dos Campeões na cidade de Bruxelas na Bélgica. Após essa tragédia, a UEFA (Federação Europeia de Futebol) proibiu TODOS os times ingleses de disputar qualquer competição internacional por 5 anos. Os ingleses entenderam e assimilaram tanto a terrível tragédia quanto a punição sofrida pela UEFA, e hoje são responsáveis por um dos melhores e mais organizados campeonatos nacionais do mundo. Sem Hooligans e com torcedores de verdade.
Nota 9,00
Marcio Alexander Luciano

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Médios-Volantes, eles também são filhos de Deus!



Tá aí uma “classe” sofrida e que dificilmente é lembrada por torcedores e comentaristas esportivos, os “Volantes” carregam o seu time nas costas, eles podem fazer isso direito ou ajudar a desandar um jogo, mas sempre estão lá, correndo pra todos os lados e fazendo o possível para ajudar a sua defesa não levar gols.
Se o seu time não for o Barcelona, lembro que terá que torcer para que esses dois jogadores (ou três, depende do técnico...cof cof...Muricy..cof..Celso Roth..cof) de meio de campo corram como  maratonistas, tenham a concentração de um jogador de xadrez, a obediência tática de um jogador de futebol americano e que se possível vá para área e acerte alguns chutes ao gol. O exemplo do Barcelona não é por acaso, pois é um time cheio de volantes, mas que ao mesmo tempo, nenhum é volante de verdade! O Barcelona atual é um caso único, é uma exceção, e como é base da seleção da Espanha, a “Fúria” também é exceção!
Tomando o exemplo dos últimos campeões do Brasileirão, Libertadores, Liga dos Campeões e Mundial de Clubes, vemos que os volantes tiveram participações decisivas durante as respectivas campanhas. O Santos campeão da Libertadores 2011, tinha Adriano,  Elano (um pouco mais adiantado) e Arouca, esse sim foi um dos diferenciais daquele título. Arouca marcava muito e saia para jogo com muita facilidade e assim fazia com que sobrasse espaço para Elano e Ganso armarem as jogadas para Neymar. Já na Libertadores e Mundial de Clubes do ano passado, Paulinho e Ralf foram o diferencial do Corinthians. Ralf, um volante mais pegador, mas com um grande fôlego e praticamente perfeito na cobertura dos laterais e jogadas pelo alto, Paulinho, em minha opinião o melhor médio-volante brasileiro da atualidade, é o jogador que todo técnico sonha em ter no seu time, ele além de ser um bom marcador, tem um ótimo passe e um bom chute de média distância, faz muitos gols de cabeça e também faz lançamentos longos, Paulinho é o tal do “volante moderno”.
O Chelsea, que ganhou a última Liga dos Campeões, tinha um esquema voltado para a marcação no meio de campo e seus volantes eram essenciais para que esse esquema desse certo. Nas semifinais contra o todo poderoso Barcelona, os “Blues” eliminaram o time Catalão exercendo essa forte marcação no meio de campo e com saídas rápidas de seus “volantes” em contra-ataques, e foi assim que nasceu o gol do volante brasileiro Ramirez que praticamente liquidou as chances do Barcelona de irem para a final.
Esses “carregadores de piano” merecem ser vistos com outros olhos, pois sem eles jogadores como Ganso, Ronaldinho Gaúcho, Diego Sousa, Deco, Montillo, Alex, Jadson, Seedorf...etc....certamente teriam que correr um pouco mais para encostarem na bola.

Marcio Alexander Luciano

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Meu Oscar 2013




Nesse próximo domingo, dia 24 de Fevereiro, acontecerá a entrega do Oscar 2013.

Se eu fosse um dos membros da Academia de Cinema de Hollywood e tivesse a oportunidade de votar nos melhores do cinema, essa votação seria assim:

Melhor Filme: Argo

Melhor Direção: Kathryn Bigelow (A Hora Mais Escura)

Melhor Ator: Jamie Foxx (Django Livre)

Melhor Atriz: Jessica Chastain (A Hora Mais Escura)

Melhor Ator Coadjuvante: Christoph Waltz (Django Livre)

Melhor Atriz Coadjuvante: Anne Hathaway (Batman, O Cavaleiro das Trevas Ressurge)

Melhor Roteiro Adaptado: Argo

Melhor Roteiro Original: Django Livre

Melhor Edição: Argo

Melhor Fotografia: 007 Skyfall

Melhores Efeitos Visuais: Os Vingadores

Melhor Direção de Arte: O Hobbit: Uma Jornada Inesperada

Melhor Som (Edição e Mixagem): A Hora Mais Escura

Melhor Trilha Sonora: 007 Skyfall

Melhor filme de Animação: Detona Ralph

Melhor Filme de Língua Estrangeira: Amor (Áustria)

Melhor Figurino: O Hobbit: Uma Jornada Inesperada

Melhor Maquiagem: O Hobbit: Uma Jornada Inesperada


Esse são os meus preferidos, mas em vários casos, os filmes ou atores que escolhi não foram se quer indicados, então, segue a lista de filmes e atores que eu REALMENTE acho que vão se sagrar vencedores no Oscar 2013:


Melhor Filme: Argo

Melhor Direção: Steven Spielberg (Lincoln)

Melhor Ator: Daniel Day-Lewis (Lincoln)

Melhor Atriz: Naomi Watts (O Impossível)

Melhor Ator Coadjuvante: Christoph Waltz (Django Livre)

Melhor Atriz Coadjuvante: Anne Hathaway (Os Miseráveis)

Melhor Roteiro Adaptado: Argo

Melhor Roteiro Original: Django Livre

Melhor Edição: Argo

Melhor Fotografia: As Aventuras de Pi

Melhores Efeitos Visuais: Os Vingadores

Melhor Direção de Arte: Os Miseráveis

Melhor Som (Edição e Mixagem): 007 Skyfall

Melhor Trilha Sonora: 007 Skyfall

Melhor Filme de Animação: Valente

Melhor Filme de Língua Estrangeira: Amor (Áustria)

Melhor Figurino: Os Miseráveis

Melhor Maquiagem: O Hobbit: Uma Jornada Inesperada

Marcio Alexander Luciano

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Crítica: A Hora Mais Escura



A história moderna teve um dos seus principais capítulos escrita no dia 11 de Setembro de 2001, quando um atentado terrorista acabou com a vida de mais de 3000 pessoas nos EUA, e a caçada ao principal responsável por esse atentado é brilhantemente contada no filme “A Hora Mais Escura” da diretora Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror).

Kathryn Bigelow, que ganhou o Oscar de melhor Direção e também de melhor Filme em 2010 pelo ótimo “Gerra ao Terror”, volta ao assunto terrorismo em “A Hora Mais Escura”, porém, este é um filme de caça e a “caça” é (era) nada mais do que o homem mais procurado do mundo, o terrorista Osama Bin Laden.

A história de “A Hora Mais Escura” gira em torno da personagem Maya, interpretada pela linda e ótima atriz Jessica Chastain, que faz o papel de uma agente da CIA responsável por encontrar células terroristas e evitar novos atentados.  Sua interpretação é marcante, pois ela consegue dar o tom correto ao personagem, indecisa e receosa, no inicio de suas ações no Paquistão, e com o passar do tempo mais forte e direta, desafiando chefes e figurões do alto escalão da CIA. Maya é uma das únicas mulheres na operação e por isso ela tem que se impor para obter o respeito da equipe.

O realismo nas cenas de tortura, atentados com explosões e invasões são de tirar o fôlego e este próprio realismo também é apresentado nas cenas burocráticas e todo o jogo de interesse entre o serviço de inteligência norte americano e a própria cúpula do poder.

O filme é longo (tem 2:30hs) e você não vê o tempo passar, pois o roteiro é impecável e todos os diálogos são importantes para a trama.

Com 5 indicações ao Oscar 2013, Melhor Filme, Roteiro Original, Montagem (Excelente!!!), Edição de Som e Melhor Atriz (Jessica Chastain), “A Hora Mais Escura” merecia ao menos mais uma indicação, Kathryn Bigelow fora do Oscar 2013 de Melhor Direção é uma aberração!

Mais uma vez somos surpreendidos por um grande filme de guerra, mas é um filme de guerra “moderno”, onde rastreamento de ligações telefônicas e uma rede mundial de informantes são mais eficientes do que o mais poderoso avião de guerra ou submarino nuclear.

Obrigado Kathryn Bigelow !!!

Nota 10

Marcio Alexander Luciano

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Libertadores do Brasil




“Os times uruguaios são catimbeiros”, “ah, tem a altitude na Bolívia”, “chilenos e colombianos sempre dão trabalho”, “equatorianos e mexicanos estão em ascensão”, “os paraguaios são tradicionais” e “os argentinos....são argentinos”, porém, a Copa Libertadores 2013 é muito mais do “Brasil” do que da “América”, pois se levarmos em conta os últimos 10 torneios disputados (de 2003 até 2012) tivemos 5 títulos brasileiros, 3 argentinos, 1 colombiano e 1 equatoriano; sendo que o Brasil somente esteve fora da final em 2004 quando o Once Caldas venceu o Boca Jrs. Times brasileiros foram campeões nas 3 últimas edições do torneiro (Internacional em 2010, Santos em 2011 e Corinthians em 2012) e só não tivemos mais finais disputadas entre dois times brasileiros pois a Conmebol mudou o regulamento fazendo com que ficasse um pouco mais difícil de se repetir o que aconteceu em 2005 (Atlético Paranaense e São Paulo) e 2006 (Internacional e São Paulo) quando times do mesmo país disputaram a final, fato até então inédito na Libertadores. Hoje, para que times do mesmo país possam efetuar a final, é necessário que pelo menos 3 cheguem nas semifinais, porém, o regulamento força esses times a se encontrarem durante o mata-mata.
A Conmebol desta forma tenta manter certo equilíbrio que já não existe mais dentro dos campos, pois se parar para pensar, os melhores jogadores argentinos, uruguaios, peruanos, etc..., estão jogando no Brasil ou na Europa.
Não tiro o valor de um Peñarol, Velez, ou Boca Jrs, são times fortes e que normalmente em casa conseguem com o apoio de uma torcida fanática arrancar ótimos resultados e eliminar times tecnicamente mais fortes, porém, o abismo que separa os Brasileiros e os outros é gigante.
Corinthians, Fluminense, Grêmio, Atlético MG e São Paulo largam desde já como favoritos ao título, temos o atual campeão da competição que manteve a base e se reforçou muito bem, temos o atual campeão brasileiro que também manteve a base, temos o time de Vanderlei Luxemburgo que além de manter a ótima base terceira colocada do Brasileirão 2012 fez contratações ótimas, temos o vice-campeão brasileiro que volta a competição depois de muito tempo e que também se reforçou e manteve Ronaldinho Gaúcho em seu elenco, e temos o atual campeão da Copa Sulamericana, e temos também o Palmeiras que é o atual campeão da Copa do Brasil e .....bem.....quer dizer....ééé....manteve...(não! isso não!!!)...contrataram..(também não!!) ....trocou o Barcos por...(putz!!!) .... pelo menos a torcida é apaixonada e campeã e......(m&rd@!!! ..é ...não deu!).
Este ano o Brasil tem tudo para ganhar novamente a Libertadores e brincadeiras a parte, não descarto o Verdão do Palestra Itália do torneio, pois seu grupo não é tão difícil e sua diretoria tem todas as chances de montar um time competitivo antes das oitavas de final.  

A Libertadores do Brasil pegará fogo!!!

Marcio Alexander Luciano

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Crítica: Amor



É impossível ficar indiferente ao filme “Amor”, uma produção Francesa, Austríaca e Alemã, dirigida por Michael Haneke e estrelada pelos ótimos Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva.  Com 5 indicações ao Oscar 2013, Melhor Filme de Língua Estrangeira, Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz (Emmanuelle Riva), “Amor” é um filme forte, real e belo, o que pode ser constatado na primeira cena do filme quando bombeiros derrubam a porta de um apartamento e encontram um quarto todo vedado, dentro dele encontram um corpo, em decomposição, de uma mulher idosa sobre a cama e todo decorado com flores.
 Essa mulher é Anne (Emmanuelle Riva) e o filme conta a sua história e de seu marido Georges (Jean-Louis Trintignant) após a mesma sofrer um derrame.
Anne passa a necessitar  da ajuda  Georges para tudo, pois está com o lado direito de seu corpo totalmente paralisado, e o “Amor” do título do filme fica cada vez mais presente na relação entre os dois.
O cenário é o apartamento do casal, o filme todo se passa dentro dele, e a riqueza dos detalhes de um apartamento que envelheceu junto ao casal é perfeita, das cerâmicas gastas da parede da cozinha até um velho aparelho de som, tudo parece contar uma parte da história de Anne e Georges.
Com interpretações magníficas de seus personagens principais que conseguem passar toda a humanidade e tristeza por traz de um roteiro muito bem elaborado e dirigido por Michael Haneke com uma sensibilidade rara, “Amor” é um filme que é preciso ser visto por todos.
A sensação que fica após assistir o filme é de que seu estômago foi substituído por um grande buraco. Impossível não se emocionar com a cena em que Georges tenta ajudar Anne a andar, (praticamente uma última dança), ou então na cena em que Anne começa a usar uma cadeira de rodas elétrica.
Amor é um sentimento que é difícil de explicar, mas a partir de “Amor”, esse sentimento ficou mais fácil de se mostrar.

Nota 10

Marcio Alexander Luciano