sábado, 20 de dezembro de 2014

Os 10 Melhores Filmes de 2014

10 - INTERESTELAR 

Diretor: Christopher Nolan
Gênero: Ficção
Elenco: Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Matt Damon, Jessica Chastain, Bill Irwin, Ellen Burstyn e Michael Caine.



9 - NO LIMITE DO AMANHÃ

Diretor: Doug Liman
Gênero: Ficção/Guerra/Ação
Elenco: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton, Brendan Gleeson.




8 - X-MEN: DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO

Diretor: Bryan Singer
Gênero: Ficção, Ação
Elenco: Hugh Jackman, Jennifer Lawrence, Michael Fassbender, James McAvoy, Ian McKellen, Patrick Stewart, Ellen Page, Peter Dinklage, Nicholas Hoult, Halle Barry, Shawn Ashmore, Daniel Cudmore.




7 - PLANETA DOS MACACOS: O CONFRONTO

Diretor: Matt Reeves
Gênero: Ficção, Ação, Drama
Elenco: Andy Serkis, Jason Clarke, Keri Russel, Gary Oldman





6 - CAPITÃO AMÉRICA: O SOLDADO INVERNAL

Diretores: Anthony Russo e Joe Russo
Gênero: Ficção, Ação
Elenco: Chris Evans, Scarlett Johansson, Sebastian Stan, Anthony Mackie, Samuel L. Jackson, Robert Redford, Cobie Smulders, Georges St. Pierre.




5 - CORAÇÕES DE FERRO (FURY)

Diretor: David Ayer
Gênero: Guerra, Drama
Elenco: Brad Pitt, Logan Lerman, Shia Labeouf, Michael Peña, Jon Bernthal, Jason Isaacs, Xavier Samuel.




4 - O GRANDE HOTEL BUDAPESTE 

Diretor: Wes Anderson
Gênero: Comédia, Drama
Elenco: Ralph Fiennes, Jude Law, Tilda Swinton, Saoirse Ronan, Adrien Brody, Bill Murray, Willem Dafoe, Jeff Goldblum, Edward Norton, F. Murrey Abraham, Owen Wilson, Anthony Quinonez, Harvey Keitel, Tom Wilkinson, Léa Seydoux.





3 - GUARDIÕES DA GALÁXIA

Diretor: James Gunn
Gênero: Ficção, Comédia
Elenco: Chris Pratt, Zoe Saldana, Dave Bautista, Lee Pace, Michael Rooker, Karen Gillan, Djimon Hounson, John C. Reilly, Glenn Close, Benicio Del Toro. E as vozes de Bradley Cooper e Vin Diesel. 




2 - GAROTA EXEMPLAR

Diretor: David Fincher
Gênero: Drama, Suspense, Policial
Elenco: Ben Affleck, Rosamund Pike, Neil Patrick Harris, Tyler Perry, Carrie Coon, Kim Dickens. 




1 - BOYWOOD - DA INFÂNCIA À JUVENTUDE

Diretor: Richard Linklater
Gênero: Drama
Elenco: Ellar Coltrane, Patrica Arquette, Ethan Hawke, Lorelei Linklater






sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Crítica: Boyhood – Da Infância à Juventude

Em determinado momento do filme, Mason pergunta para seu pai Mason Sr:

“- Então, de que adianta?
- O quê?
- Não sei...tudo.
- Tudo ?! (responde seu pai, Mason Sr)....não faço ideia....ninguém sabe.......estamos só vivendo, sabe? “



Esse belo e magnífico filme escrito e dirigido por Richard Linklater (trilogia “Antes do Amanhecer “ e “Escola de Rock”) já está consolidado como um dos melhores filmes da década.
Original desde sua concepção, “Boyhood – Da Infância à Juventude” conta a história de Mason dos 6 aos 18 anos, sua trajetória da escola até a faculdade, porém, com os mesmos atores. O filme começou a ser rodado em 2002 e teve suas últimas cenas gravadas somente em 2013.
O filme foi gravado da seguinte forma, Linklater reunia o elenco, uma vez por ano, por uma semana, e gravava parte da história. Os atores foram envelhecendo como e com seus personagens, e acompanhar essas mudanças, físicas, comportamentais e psicológicas de Mason (Ellar Coltrane), sua irmã mais velha Samantha (Lorelei Linklater), sua mãe Olivia (Patricia Arquette) e de seu pai Mason Sr (Ethan Halke) em 2hs e 45 min de filme é bastante prazeroso e emocionante.
Um roteiro que certamente foi se moldando com o passar dos anos, mas que em momento algum fugiu do que foi proposto desde o início que era contar a história de uma criança, passando pela adolescência até se tornar adulto. Linklater acerta nos diálogos e na dinâmica dos acontecimentos relatados. O roteiro, bem elaborado e perfeito para a história que o diretor quer contar, não necessita de viradas mirabolantes e grandes segredos, e sim, sua simplicidade e fluidez são à base do filme.
Patricia Arquette está fabulosa em cena e sua mudança física (dos 32 para os 44 anos) é realçada por uma bela performance, que possivelmente renderá uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. É interessante notar também as mudanças no corte de cabelo e nas roupas de sua personagem, que deixa claro ao expectador a evolução de Olívia como mãe e profissional (de estudante á professora Universitária).
Ethan Halke consolida-se como um dos melhores atores de sua geração e possivelmente será indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu personagem em “Boyhood”. Da mesma forma que Olivia, acompanhar as mudanças e a evolução de Mason Sr é bastante interessante. Ethan consegue dar ao personagem uma faceta de “eterno adolescente”, um pai que demora a se tornar adulto e responsável, o que pode ser notado por suas roupas (quase juvenis) sempre num tom escuro e pelo carro que possui, que se repete com os primeiros anos, contrastando com a evolução dos outros personagens.
Mas é a personalidade de Mason e a sua evolução dos 6 aos 18 anos que realmente é o fio condutor do filme. Ellar Coltrane foi peça fundamental de um projeto sem precedentes na história de Hollywood e somente por isso o jovem ator já ficará marcado. Com todas as mudanças físicas do ator (principalmente em relação a sua voz), é impressionante ver que a personalidade de Mason, bondoso, inteligente, sensível, é a mesma dos 6 aos 18 anos, o que pode ser comprovado pelo mesmo tom de voz e pela postura (ombros quase sempre curvados) mostrando vulnerabilidade e timidez.

A direção de Linklater é primorosa. Todas as passagens de tempo, 10 no total, são feitas de forma orgânica. O expectador consegue identificar os “saltos no tempo” sem necessitar de uma legenda dizendo: “1 ano depois...”. Chamo a atenção para as cenas que precedem os “saltos no tempo de 1 ano”, elas variavelmente trazem alguma informação que será importante para o ano seguinte, mas nada expositivo, são referências como um diálogo que Mason está ouvindo ou uma troca de olhares entre determinados personagens, pequenos detalhes.
Linklater mostra parte da perfeição de sua direção numa cena em que Mason e sua namorada, Sheena, estão conversando sentados á mesa de uma lanchonete. O assunto em questão é a fragilidade das relações e o quanto as redes sociais (Facebook) estão prejudicando amizades, namoros, etc. Mason e Sheena começam o assunto dentro do carro, algumas cenas antes, com Sheena defendendo o “Facebook” e Mason afirmando que as pessoas estão cada vez mais distantes umas das outras, então ele começa a fazer monólogo, curto, mas um monólogo. Sheena não o interrompe em momento algum e quando ele termina a câmera muda de posição (na diagonal das costas de Sheena, pegando a mesa e Mason de frente), então a última coisa que Sheena faz é olhar seu Smartphone. A cena em que Sheena “olha o Smartphone” é muito rápida, porém, isso já basta para o que virá depois.

Mas o filme é sobre o quê?

Cada pessoa que assistir terá seu ponto de vista, o meu é: vida.
O diálogo do início do texto é de uma conversa entre pai e filho, onde o jovem questiona “o que adianta isso tudo?” (relacionamentos, amores, estudos, trabalho, etc) e o pai responde que “não sabe”. “Boyhood” não tem a pretensão de responder “qual o sentido da vida”, não é isso, mas sim mostrar que a vida tem, e terá momentos difíceis, chatos, emocionantes, belos, entediantes, etc, e que o melhor que podemos fazer é administrar nosso tempo e aproveita-lo para as coisas que realmente importam.  


Digo sem medo que “Boyhood – Da Infância à Juventude” é o melhor filme de 2014 e um dos melhores filmes que vi em toda minha vida. 

sábado, 6 de dezembro de 2014

O Gol Fantasma






O ano era 1960 e o futebol Paranaense começava a se consolidar pelo interior do estado.
As Rádios, principal fonte de informação e entretenimento na época, estavam cada vez mais populares e importantes para suas regiões e cidades. E a junção do "monopólio da informação" e uma grande Final de Campeonato de Futebol resultaram em uma história, digamos que....absurdamente engraçada e inacreditável.

Em 1957 o Campeonato Paranaense de Futebol começou a ser disputado da seguinte forma: 24 times eram divididos em 2 grupos de 12 times, a Zona Sul com times de Curitiba, Litoral e da Região de Ponta Grossa e a Zona Norte com os times das cidades da Região Norte e Oeste do Estado. Esses times disputavam esses “Campeonatos Regionais” e então os Campeões de cada grupo disputavam a Grande Final.

O Campeão da “Zona Sul” de 1959 foi o Coritiba e disputaria a final com o Campeão da “Zona Norte”, e é sobre essa  Final do Campeonato Parananese “Zona Norte” de 59 que irei discorrer.

Para os times do interior, tornar-se Campeão da Zona Norte era o máximo que poderia ser conquistado, pois dificilmente teriam forças para enfrentar os fortes times da Capital. Grandes rivalidades nasceram no interior com os Campeonatos das décadas de 50 e 60 e uma delas era entre os Finalistas de 1959. Londrina e Mandaguari se enfrentariam em 2 jogos (o primeiro em Londrina e o segundo em Mandaguari) para ver qual seria o melhor time do Interior de 1959.
A decisão do Campeonato de 1959 só aconteceu no início de 1960. O primeiro jogo em Londrina terminou empatado e então a decisão foi para Mandaguari, com o Londrina precisando vencer fora de casa para se tornar campeão.
Em 1960 havia somente duas rádios em Londrina, a Rádio Paiquerê (que tinha a maior audiência) e a Rádio Londrina e somente uma delas poderia transmitir a Final do Estádio em Mandaguari, pois havia somente uma linha de transmissão ligando a duas cidades.
Foi então que fizeram um sorteio, e a Rádio que ficou com o direito da transmissão foi a Rádio Londrina.
A Rádio Paiquerê não queria ficar de fora dessa transmissão, então, decidiram que seu narrador, Willy Gonser, “dublaria” a transmissão da Rádio Londrina e narraria o jogo dos estúdios em Londrina como se estivesse no estádio em Mandaguari.

Chega então o dia da grande final. O Londrina abre o placar e consegue segurar o time de Mandaguari durante todo o primeiro tempo.
Em Londrina, a cidade dividida entre a transmissão “dublada” (sem ninguém imaginar) da Rádio Paiquerê e da transmissão “in loco” da Rádio Londrina.
Começa o segundo tempo e o Mandaguari continua pressionando o Londrina, que bravamente mantem o 1 a 0 que lhe dava o título.
Em Londrina uma tempestade se forma.
A pressão do Mandaguari surte efeito, e aos 45 minutos do segundo tempo o juiz marca um pênalti para o time da casa. Felix Lascaño, craque e artilheiro do Mandaguari pega a bola e a coloca na marca da cal...

Cai a luz na Rádio Londrina, e todos que estavam ouvindo a rádio ficam sem sinal.....inclusive Willy Gonser na Rádio Paiquerê.
Todos, na cidade, que estavam ouvindo a Rádio Londrina, passam então a ouvir a Rádio Paiquerê, porém, Willy Gonser não tinha a mínima ideia do que estava acontecendo em Mandaguari.
Willy Gonser, após enrolar alguns minutos (esperando o retorno do sinal da rádio Londrina), “narra” uma discussão fictícia entre jogadores do Londrina e o juiz e então, sem muito o que fazer, decide narrar o Gol de Felix Lascaño para o Mandaguari.  

A cidade inteira triste pelo título perdido nos últimos minutos foi dormir cedo.

No meio da madrugada, fogos e gritaria pelas ruas de Londrina. Era o ônibus do time do Londrina e alguns torcedores que foram para Mandaguari comemorando ......o título?!
Felix Lascaño errou a cobrança do pênalti, e o Londrina se sagrava campeão da “Zona Norte”. Os torcedores do Londrina só acreditaram que o título era real quando viram o troféu.


Após o “acontecido”, o narrador Willy Gonser se mudou para Belo Horizonte onde se tornou em um dos maiores Radialistas de Minas Gerais.