domingo, 30 de junho de 2013

Crítica: Superman - O Homem de Aço


Em 1998 a Marvel Entertainment lançava o filme “Blade – O Caçador de Vampiros”, baseado nos quadrinhos do super-herói caçador de vampiros e monstros. Esse filme que custou 45 milhões de dólares e teve uma receita de 130 milhões de dólares foi a semente plantada na cabeça de produtoras, grandes estúdios e diretores para que mais filmes desse mesmo gênero fossem produzidos, e depois de grandes sucessos e alguns fracassos de crítica e bilheteria, chegamos a “O Homem de Aço”. O filme que colocaria Superman (o maior e mais popular super-herói dos quadrinhos) de volta ao Cinema, uma tarefa das mais complicadas.
Dirigido por Zack Snyder (Watchtmen, 300) e produzido por Christopher Nolan (Trilogia Batman O Cavalheiro das Trevas), “O Homem de Aço” é um filme que insere o Superman nos dias atuais e por mais fantástica que seja a história de um bebê extraterrestre que é enviado a outro planeta por seus pais, pois seu planeta natal está prestes e explodir, o filme é o mais “real” possível. Não que o conceito de realidade seja primordial para qualquer filme, muito pelo contrário, porém, o mundo onde um Superman totalmente humano, bondoso e até certo ponto ingênuo não existe mais e é nesse mundo mais sério, pesado e cruel que ele é inserido.
Esqueçam tudo que vocês já viram sobre o personagem nos cinemas, pois apesar de usa elementos básicos da mitologia do Herói, usa da liberdade criativa dos roteiristas e do diretor para mudar e acrescentar alguns conceitos. Desde a origem de tudo em Krypton (Planeta Natal), até suas motivações e desejos. 
O ator Henry Cavill (Imortais,  interpreta Clark Kent/Superman e não deixa a desejar em nenhum momento e faz com que esqueçamos a atuação desastrosa de Brandon Routh em Superman Returns de 2006. Cavill está bastante a vontade interpretando um Homem de Aço sisudo e que ainda está buscando seu lugar na sociedade.
Com um elenco estelar que conta com Russell Crowe (Gladiador) que faz o papel de Jor-El, o pai biológico de Clark Kent e com Kevin Costner (Dança com Lobos) que faz o papel de Jonathan Kent, o pai adotivo de Clark, os dois personagens são de extrema importância para a trama e cada um ao seu modo, são responsáveis pela formação do caráter do Superman.
A icônica jornalista do Planeta Diário e interesse romântico de Clark Kent, Lois Lane, foi interpretada pela linda e ótima atriz Amy Adams (Encantada, Os Muppets, O Mestre) que não é de hoje que vem sendo elogiada pela crítica especializada (e pelo público em geral) mais por seu talento do que por sua beleza.
Michael Shannon é o vilão General Zod que é um Kryptoniano que foi exilado junto com seus subordinados na Zona Fantasma (uma espécie de prisão atemporal) por traição contra o Conselho de Krypton, mas que após a destruição do Planeta, conseguiram se libertar.
O filme de mais de duas horas mostra a origem, parte de sua infância e adolescência, passando pela maturidade, até chegar aos seus 33 anos, idade que passa a ter mais importância durante a projeção, pois é uma das várias comparações e referências Cristãs que são nos fornecidas, pois desde a uma conversa com um padre numa igreja onde sua imagem está praticamente sobreposta a imagem de Jesus Cristo num vitral, até aos próprios dilemas e questionamentos que Clark se impõe referente à qual seu papel na Terra e quanto ele pode interferir na vida de todos.
Essa busca por respostas coincide com a chegada de Zod a Terra que quer vingança contra o único do sangue da casa de “EL” ainda vivo (Zod é inimigo de Jor-EL) e também quer de alguma forma salvar o seu povo, mesmo que com isso a Terra seja dizimada.
Com um roteiro que prima por contextualizar e deixar todos os assuntos mais claros possíveis e que não dá margem para aprofundarmos psicologicamente em nenhum outro personagem a não ser Clark Kent/Superman, ele peca em alguns momentos por ser tão didático e menos emocional. A montagem do filme ajuda a manter essa característica urgência que a história se desenrola, e na última parte do filme a luta final entre Superman e Zod é colossal, épica e devastadora.  Nunca se viu algo parecido nos Cinemas. 
Com uma fotografia mais pesada e sombria na maior parte do tempo, contrastando apenas com as imagens claras e coloridas dos Flashbacks de Clark quando criança, ela mantém o tom didático do filme.
Os efeitos visuais são espetaculares, desde a recriação do Planeta Krypton com sua tecnologia única e seus animais alados bizarros, até as cenas de luta do Superman contra Zod e seus subordinados. Repito, a luta final é de uma grandiosidade e perfeição nunca vista. O 3D não acrescenta em nada, podem assistir a versão normal mesmo e pagar a metade do preço do ingresso que não vão perder nada. 
“O Homem de Aço” é um grande filme, não é perfeito, mas coloca a Warner/Dc Comics de volta a briga contra a poderosa Marvel Studios. A dúvida que fica é a seguinte: Terá a Warner/DC Comics coragem de dar um passo a mais e colocar todo seu panteão de personagens nesse mesmo Universo ?
A semente do Universo DC Comics no Cinema foi plantada, basta regá-la com boas ideias, roteiros bem feitos, bons elencos e grandes diretores.

Nota 9,50


Marcio Alexander Luciano

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