terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Crítica: O Palhaço

Selton Mello é de longe um dos atores brasileiros mais brilhantes de sua geração, (se não for O mais brilhante!) e mostra ser também um grande diretor e roteirista, pois, quem duvidar disso, indico que assista “O Palhaço”. Este filme, lançado em Outubro de 2011, foi o escolhido pela Secretaria de Audiovisual, ligado ao Ministério da Cultura, para concorrer à indicação ao Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira de 2013.
Na história, que poderia se perder no velho clichê do palhaço triste, somos apresentados a um personagem, vivido brilhantemente por Selton Mello (Benjamin / Palhaço Pangaré) que entra em uma espécie de crise existencial, pois o mesmo é responsável direto pela administração do pequeno Circo Esperança e ainda tem que atuar, e cuidar de sua trupe, e já não vê mais sentido naquilo que está fazendo. Nós somos mergulhados nessa jornada de autoconhecimento em que Benjamin entrará, e tudo no ponto de vista da pequena Guilhermina (Larissa Manoela), uma menina de 10 anos, filha de um casal de artistas do Circo.
Mas quem rouba a cena mesmo é o ator Paulo José, ele está perfeito. Paulo faz o personagem Valdemar / Palhaço Puro Sangue, pai de Benjamim e dono do Circo. Paulo José dá uma aula de interpretação, sem exageros, perfeito do tom da voz até aos pequenos gestos.
A trupe é composta por palhaços, contorcionistas, músicos, etc; que se dividem, durante o Espetáculo, em funções variadas como cuidar da bilheteria, iluminação, maquiagem e vender maçã do amor!!! Essa interação entre os personagens no antes e durante ao espetáculo é perfeita, e mesmo sendo um Circo de poucos recursos, todos os artistas sempre estão felizes.
Benjamim e sua trupe cortam o interior do país, passando por pequenas cidades e cruzam com as mais diferentes figuras que possam imaginar, como os irmãos gêmeos mecânicos vivido pelo ótimo Tonico Pereira ao Delegado Justo vivido de forma magistral pelo Cantor/Humorista/Ator Moacyr Franco (prestem atenção na bandeirinha que está sobre a mesa do delegado!!!) . As pequenas participações de Fabíola Karla, Jorge Loredo, Jackson Antunes e Emilio Orciollo Netto só aumentam o brilho do filme.
“ O Palhaço “ te faz rir, te faz
chorar e te insere num mundo rico de pura arte, é atemporal, é lúdico, é cinema como deve ser.
Nota 9.50
Marcio Alexander Luciano

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