quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Crítica: Heleno - O Príncipe Maldito



A história das Copas do Mundo poderia ter um capítulo a mais, um capítulo escrito por um dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos, esse jogador era Heleno de Freitas.
Heleno tinha um sonho, que era jogar uma Copa do Mundo pelo Brasil e jogar no Maracanã (que na época estava em construção). Uma Copa do Mundo que não aconteceu por causa da Segunda Guerra Mundial, a de 1942, certamente seria “a Copa de Heleno”.
Sua história de vida era tão especial que se tornou filme (daquelas que numa conversa qualquer você diz: -Cara, isso dá filme!!), e “deu” num dos melhores filmes nacionais de 2012. 
                                                               
                                                                  "As Mulheres"
A  história de "Heleno - O Príncipe Maldito" se passa no Rio de Janeiro durante a década de 40 até os momento finais do craque em 1959, Heleno, interpretado pelo ótimo Rodrigo Santoro, é um jogador de futebol, ou como ele diz em determinado momento , “Não sou jogador de futebol, sou jogador do Botafogo”, e nos apresenta uma das figuras mais controversas do futebol nacional.
Bonito, inteligente, apreciador de boa música e cinema, falava várias línguas, adorava a noite carioca e as mulheres, Heleno era um conquistador. Mas o “Príncipe Maldito” também era uma pessoa com problemas de saúde e isso começou a lhe afetar dentro e fora de campo. Heleno tinha uma doença degenerativa no cérebro (ocasionada por uma sífilis mal curada) que começou a refletir em sua personalidade cada vez mais explosiva e ameaçadora.
O filme rodado todo em preto e branco (cores do Botafogo), tem uma fotografia linda e a montagem é toda fragmentada, pois, a história pula de uma hora pra outra de um final de vida melancólico e triste num sanatório em Barbacena – MG para sua vida cheia de glamour nas noites cariocas.
Com um roteiro não linear, mas coeso, e com uma interpretação visceral de Santoro, “Heleno” peca somente por ser um filme que em determinados momentos se arrasta e torna-se um tanto lento, mas que não afeta no resultado final.
Contando também com a bela Aline Moraes (que faz o papel de Silvia, esposa de Heleno), o bom elenco tem algumas participações especiais (prestem atenção nos narradores do jogo final do Campeonato Carioca entre Botafogo e Fluminense) que dão mais brilho ao filme.
Uma história forte, pesada, dramática e real, com um dos maiores anti-heróis do futebol brasileiro, é contada de forma bela, sensível e tocante. 
                                                               
                                                                     "A Decadência"


Nota 9,00

Marcio Alexander Luciano

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