A história das Copas do Mundo poderia ter um capítulo a
mais, um capítulo escrito por um dos maiores jogadores brasileiros de todos os
tempos, esse jogador era Heleno de Freitas.
Heleno tinha um sonho, que era jogar uma Copa do Mundo pelo
Brasil e jogar no Maracanã (que na época estava em construção). Uma Copa do Mundo que não
aconteceu por causa da Segunda Guerra Mundial, a de 1942, certamente seria “a
Copa de Heleno”.
Sua história de vida era tão especial que se tornou filme
(daquelas que numa conversa qualquer você diz: -Cara, isso dá filme!!), e “deu”
num dos melhores filmes nacionais de 2012.
"As Mulheres"
A história de "Heleno - O Príncipe Maldito" se passa no
Rio de Janeiro durante a década de 40 até os momento finais do craque em 1959, Heleno,
interpretado pelo ótimo Rodrigo Santoro, é um jogador de futebol, ou como ele
diz em determinado momento , “Não sou jogador de futebol, sou jogador do
Botafogo”, e nos apresenta uma das figuras mais controversas do futebol
nacional.
Bonito, inteligente, apreciador de boa música e cinema,
falava várias línguas, adorava a noite carioca e as mulheres, Heleno era um conquistador.
Mas o “Príncipe Maldito” também era uma pessoa com problemas de saúde e isso
começou a lhe afetar dentro e fora de campo. Heleno tinha uma doença
degenerativa no cérebro (ocasionada por uma sífilis mal curada) que começou a
refletir em sua personalidade cada vez mais explosiva e ameaçadora.
O filme rodado todo em preto e branco (cores do Botafogo),
tem uma fotografia linda e a montagem é toda fragmentada, pois, a história pula
de uma hora pra outra de um final de vida melancólico e triste num sanatório em
Barbacena – MG para sua vida cheia de glamour nas noites cariocas.
Com um roteiro não linear, mas coeso, e com uma
interpretação visceral de Santoro, “Heleno” peca somente por ser um filme que em
determinados momentos se arrasta e torna-se um tanto lento, mas que não afeta
no resultado final.
Contando também com a bela Aline Moraes (que faz o papel de
Silvia, esposa de Heleno), o bom elenco tem algumas participações especiais
(prestem atenção nos narradores do jogo final do Campeonato Carioca entre
Botafogo e Fluminense) que dão mais brilho ao filme.
Uma história forte, pesada, dramática e real, com um dos
maiores anti-heróis do futebol brasileiro, é contada de forma bela, sensível e
tocante.
"A Decadência"
Nota 9,00
Marcio Alexander Luciano
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